quarta-feira, 16 de março de 2011

“No frigir dos ovos ?”


Ontem recebi um e-mail de meu amigo Dirceu Antonio Markovicz, o qual transcrevo "ipses litere", por que achei-o muito relevante às aulas de linguística que estão acontecento na UEPG por conta do PDE com a Professora Dra. Aline Emilio. Na sequência tem outro texto, não com as mesmas características deste mas com muitas irregularidades, o qual vai ser trabalhado por nossos colegas. Na verdade alguns podem achar estranho, então deixo uma pequena definição para a palavra linguística , que pode ajudar a compreender o que estamos fazendo.

Linguística: de acordo com Michaelis, ciência que estuda as línguas nas suas mútuas relações e nos seus princípios, leis fonéticas e semânticas, morfologia e sintaxe. E segundo Aurélio ciência da linguagem. Entendeu? Não então leia o texto é mais interessante.

Assunto: Para quem gosta da língua portuguesa.

Pergunta: Alguém sabe me explicar, num português claro e direto, sem figuras de linguagem, o que quer dizer a expressão

 “No frigir dos ovos ?


Resposta: Quando comecei, pensava que escrever sobre comida seria sopa no mel, mamão com açúcar. Só que depois de um certo tempo dá crepe, você percebe que comeu gato por lebre e acaba ficando com uma batata quente nas mãos. Como rapadura é doce mas não é mole, nem sempre você tem idéias e pra descascar esse abacaxi só metendo a mão na massa. E não adianta chorar as pitangas ou, simplesmente, mandar tudo as favas. 

Já que é pelo estômago que se conquista o leitor, o negócio é ir comendo o mingau pelas beiradas, cozinhando em banho-maria, porque é de grão em grão que a galinha enche o papo. 

Contudo é preciso tomar cuidado para não azedar, passar do ponto, encher lingüiça demais. Além disso, deve-se ter consciência de que é necessário comer o pão que o diabo amassou para vender o seu peixe. Afinal não se faz uma boa omelete sem antes quebrar os ovos. 

Há quem pense que escrever é como tirar doce da boca de criança e vai com muita sede ao pote. Mas como o apressado come cru, essa gente acaba falando muita abobrinha, são escritores de meia tigela, trocam alhos por bugalhos e confundem Carolina de Sá Leitão com caçarolinha de assar leitão. 

Há também aqueles que são arroz de festa, com a faca e o queijo nas mãos, eles se perdem em devaneios (piram na batatinha, viajam na maionese...etc.). Achando que beleza não põe mesa, pisam no tomate, enfiam o pé na jaca, e no fim quem paga o pato é o leitor que sai com cara de quem comeu e não gostou. 

O importante é não cuspir no prato em que se come, pois quem lê não é tudo farinha do mesmo saco. Diversificar é a melhor receita para engrossar o caldo e oferecer um texto de se comer com os olhos, literalmente. 

Por outro lado se você tiver os olhos maiores que a barriga o negócio desanda e vira um verdadeiro angu de caroço. Aí, não adianta chorar sobre o leite derramado porque ninguém vai colocar uma azeitona na sua empadinha não. O pepino é só seu, e o máximo que você vai ganhar é uma banana, afinal pimenta nos olhos dos outros é refresco. 

A carne é fraca, eu sei. Às vezes dá vontade de largar tudo e ir plantar batatas. Mas quem não arrisca não petisca, e depois quando se junta a fome com a vontade de comer as coisas mudam da água pro vinho. 

Se embananar, de vez em quando, é normal, o importante é não desistir mesmo quando o caldo entornar. Puxe a brasa pra sua sardinha que no frigir dos ovos a conversa chega na cozinha e fica de se comer rezando. Daí, com água na boca, é só saborear, porque o que não mata engorda.


Segue o outro texto:

___ Ô Craudia, o Cróvis me disse que a crasse dos menino tãum cum pobrema, eles sai por aí mascano chicrete, andano de bicicreta entraum nu crube passaum por cima das pranta, incrusive não olham pras praca, que falta de disciprina.

O texto que o Dirceu me mandou (o primeiro) estava sem autor, como não me foi fornecido, peço a quem o escreveu desculpas, estamos usando por boa causa. o segundo foi eu mesmo quem escreveu. Quem quiser usá-lo, fique a vontade.

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